Arquivo da categoria: História

em paris, CRISTIANA REALI LEVA os combates de SIMONE VEIL PARA O PALCO

©Pascalito

FERNANDO EICHENBERG / O GLOBO

PARIS – A atriz brasileira Cristiana Reali está de volta aos palcos franceses após uma longa pausa forçada pela pandemia da Covid-19. E retornou encarnando uma das personagens mais emblemáticas, populares e admiradas na França : Simone Veil (1927-2017), sobrevivente de Auschwitz, defensora dos direitos das mulheres, autora da lei que legalizou o aborto no país, primeira presidente eleita do Parlamento Europeu e arauto da reconciliação e construção europeia no pós-Segunda Guerra. Um ano após a sua morte, aos 89 anos, foi entronizada no Panteão, célebre monumento onde repousam as grandes personalidades nacionais.

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Na França, edição crítica transforma livro de Adolf Hitler em alerta contra a extrema direita

FERNANDO EICHENBERG / O GLOBO

Manifestantes na ‘Marcha da Liberdade’ em Villeurbanne, contra a ascensão da extrema direita na França. ©Jeff Pachoud/AFP

PARIS – A versão crítica francesa da mítica obra “Minha luta” (Mein kampf), do líder nazista Adolf Hitler, foi lançada este mês em meio a polêmicas e em um clima de ameaças da extrema direita no país. O projeto da editora Fayard, um trabalho de uma equipe de historiadores franco-alemã anunciado em 2011, adiado e depois finalizado a partir de 2015, resultou em um volume de 896 páginas, 3,6 quilos e 30cm x 24,5cm de dimensão, sob o título “Historicizar o mal – uma edição crítica de “Minha luta”. A edição, com 27 textos analíticos e quase 3 mil notas explicativas, nasceu com a ambição de contextualizar historicamente “Minha luta” e apontar as fake news do Führer na controversa obra.

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Festa para NapoleÃO Bonaparte divide a França

Napoleão Bonaparte pelo pintor Jean-Louis David (1748-1825) © RMN-GP Château de Versailles

O bicentenário da morte de Napoleão Bonaparte neste ano de 2021 deflagrou uma disputa entre franceses que defendem festejar seu legado e outros que não veem nenhum motivo para celebrar a histórica data.

FERNANDO EICHENBERG / REVISTA ÉPOCA

PARIS – Em suas Memórias do além-túmulo, o escritor francês François-René de Chateaubriand (1768-1848) escreveu a propósito de seu desafeto Napoleão Bonaparte: “O mundo pertence a Bonaparte; o que o devastador não conseguiu terminar de conquistar, sua fama usurpa. Vivo ele perdeu o mundo, morto ele o possui. (…) Depois de termos sofrido o despotismo de sua pessoa, devemos nos submeter ao despotismo de sua memória”. Suas palavras ecoam neste ano de 2021, marco do bicentenário da morte de Napoleão Bonaparte, um dos mais emblemáticos personagens da História, falecido em 5 de maio de 1821, aos 51 anos, em seu exílio forçado na Ilha de Santa-Helena.

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França revê memória da Guerra da Argélia, buscando reconciliação com ex-colônia

30 de julho de 1957 – Argelinos presos sob ordens do coronel francês Bigeard, na antiga Praça do Governo, na capital Argel. o local atualmente é chamado de Praça dos Mártires . ©AFP

FERNANDO EICHENBERG/ O GLOBO

PARIS – A Guerra da Argélia (1954-1962), que culminou na independência do país africano após 132 anos de dominação colonial da França, deixou marcas até hoje indeléveis em ambos os lados, com visões divergentes do passado. Sessenta anos depois, a guerra de liberação se mantém como fonte permanente de conflito entre Paris e Argel, instrumentalizada tanto pela extrema direita e o islamismo político franceses como pelos regimes autoritários argelinos. O presidente Emmanuel Macron, face aos repetidos fracassos de seus predecessores, lançou seu próprio plano para apaziguar a tensão memorial entre os dois países. Especialistas ouvidos pelo GLOBO, porém, apontam inúmeros obstáculos em sua ambição de normalizar a relação histórica entre a ex-potência colonial e seu antigo território.

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Economista francês thomas piketty, com novo livro lançado no brasil, fala sobre as soluções para as desigualdades no mundo e para a crise pós-pandemia da covid-19

Para economista francês, falta de ambição nas reformas econômicas e na redução da desigualdade é o que alimenta a xenofobia e os nacionalismos; ele diz que, se pudesse, diria a Bolsonaro que ele ainda pode admitir erros e mudar. ©Divulgação

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PARIS – Sete anos após o best-seller internacional “O capital no século 21”, vendido a mais de 2,5 milhões de exemplares, o economista francês Thomas Piketty está de volta às vitrines das livrarias com mais uma ambiciosa obra. Em “Capital e ideologia” (Intrínseca), procura traçar uma história econômica, social, intelectual e política das desigualdades em âmbito mundial. Diretor na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais e professor da Escola de Economia de Paris, Piketty ampliou seu mapa de estudo ao analisar, além de Estados Unidos, Alemanha e Japão, casos de países como Brasil, China, Índia, Japão, Rússia, Suécia ou Irã, passando pelas sociedades feudais, os regimes escravocratas e as colônias americanas sob dominação europeia até chegar às democracias eleitorais atuais e ao “hipercapitalismo moderno”. Mas não se contenta com a perspectiva analítica e, ao final, sugere soluções, já alvo de polêmicas, para a construção de um novo horizonte igualitário de proporções universais, um tipo de “socialismo participativo” para o século 21, em uma nova ideologia da igualdade sob formas alternativas de organização da sociedade, da propriedade, da educação ou dos impostos. Na entrevista, ele lembra que governos de direita já adotaram políticas redistributivas diante de crises como a provocada pela Covid-19, e sugere que a tributação do patrimônio privado pode ser uma maneira de pagar os gastos excepcionais que os países estão tendo na pandemia. Continue lendo Economista francês thomas piketty, com novo livro lançado no brasil, fala sobre as soluções para as desigualdades no mundo e para a crise pós-pandemia da covid-19

Sabine Melchior-Bonnet: “Se há tantos divórcios e separações hoje, é porque se acredita no amor e se pensa que é possível ter algo melhor do que se está vivendo”

Historiadora francesa Sabine Melchior-Bonnet destrincha em livro a ruptura amorosa através dos tempos a partir de exemplos célebres. ©Fernando Eichenberg

FERNANDO EICHENBERG / O GLOBO

PARIS – Separa-se, hoje, da mesma forma que em épocas passadas? Para a historiadora francesa Sabine Melchior-Bonnet, do reputado Collège de France, tudo parecia já ter sido dito sobre o amor, mas não sobre a ruptura amorosa. Foi o que a levou a mergulhar no tema e publicar o ensaio “Os revezes do amor – uma história da ruptura” (ed. PUF), recentemente lançado na França. As separações refletem os códigos culturais, religiosos, sociais e jurídicos de cada período, em uma história inevitavelmente ligada ao patriarcado, pois por séculos o divórcio foi um monopólio masculino: “Cada época constrói seus valores e suas normas afetivas, e fornece sua própria interpretação do amor”, diz a historiadora, em entrevista em seu apartamento parisiense. Para entender as rupturas ao longo da História, Melchior-Bonnet estudou o fim das relações de personagens conhecidos, de Heloísa e Abelardo a Lady Di e o Príncipe Charles, passando por Josefina e Napoleão, Marie d’Agoult e Franz Liszt, Georges Sand e Alfred Musset, Simone de Beauvoir e Nelson Algreen ou Maria Callas e Aristóteles Onassis. E se interroga: hoje, que não há mais empecilhos jurídicos ou sociais para se separar, seria o fim do amor menos trágico? Continue lendo Sabine Melchior-Bonnet: “Se há tantos divórcios e separações hoje, é porque se acredita no amor e se pensa que é possível ter algo melhor do que se está vivendo”

Europa cria órgão para combater manipulações e desinformação no ensino de sua história

Turistas visitam o campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia. Governo ultranacionalista aprovou lei que torna ilegal atribuir crimes nazistas ao Estado polonês. ©Sophie Rosenzweig

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PARIS – Na Europa Central e do Leste, o discurso histórico atual tende a uma glorificação neonacionalista. Na parte Ocidental, existe a tentação de sucumbir à amnésia nas narrativas de fatos do passado. Sustentado nestas premissas e na procupação com a crescente propagação de discursos xenófobos, racistas e antissemitas, o Conselho da Europa, formado por 47 países, lançou a criação do Observatório do Ensino de História da Europa. A ideia é ter um instrumento capaz de realizar uma radiografia do ensino de História nas diferentes nações, para lutar contra a manipulação e a desinformação e favorecer um relato histórico europeu minimamente comum. Continue lendo Europa cria órgão para combater manipulações e desinformação no ensino de sua história

Sarah Al-Matary: “Há hostilidade crescente em relação à ciência e uma incredulidade face a figuras de sábios”

Em seu novo enasio, Sarah Al-Matary chama a atenção para o anti-intelectualismo, movimento que rejeita acadêmicos, cientistas e artistas e que pode ser observado tanto na extrema direita quanto na esquerda radical.

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PARIS – Diante do deputados da Assembleia Nacional francesa, em 2007, a então ministra da Economia, Christine Lagarde, lançou: “A França é um país que pensa. Não há ideologia da qual não tenhamos feito uma teoria, e possuímos provavelmente em nossas bibliotecas do que discutir por séculos. Chega de pensar, chega de tergiversar, arregacemos simplesmente as mangas”. A França como a “pátria dos intelectuais”, no entanto, seria um mito criado a partir do século 18. E todo mito tem seu contrário, neste caso expressado pelo anti-intelectualismo, do qual as palavras da ex-ministra são apenas um exemplo. Esta é a tese construída nas cerca de 400 páginas do mais recente ensaio da pesquisadora francesa Sarah Al-Matary, da Universidade Lumière-Lyon 2., “La haine des clercs – l’anti-intellectualisme en France” (ed. Seuil). Segundo ela, o secular anti-intelectualismo francês criticou, ao longo de sua existência até hoje, intelectuais que, em nome da razão e do universal, desprezavam os valores do nacionalismo e o Exército, e pregavam a liberdade, a igualdade e os direitos humanos. Continue lendo Sarah Al-Matary: “Há hostilidade crescente em relação à ciência e uma incredulidade face a figuras de sábios”

“A História não se repete, mas os métodos de manipulação, sim”, diz a pesquisadora franco-alemã Géraldine Schwarz,

Partindo da própria família, que apoiou o nazismo por conformismo, Géraldine Schwarz alerta para os riscos ao se esquecer o passado. © Mathias Bothor

FERNANDO EICHENBERG/ O GLOBO

PARIS – O Brexit, no Reino Unido, a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, e o crescimento do populismo na Europa fizeram com que a franco-alemã Géraldine Schwarz mergulhasse na história de sua família na busca de elementos para a compreensão do presente. Na Alemanha da Segunda Guerra Mundial, seus avós paternos, Karl e Lydia, habitantes de Mannheim, aderiram ao Terceiro Reich, não por ideologia, mas por oportunismo. Na França, seu avô materno, Lucien, atuou como gendarme em Mont-Saint-Vincent, sob a República de Vichy, regime colaboracionista do nazismo. Os avós, segundo ela, estão incluídos na categoria dos Mitläufer, definidos como aqueles que “seguem a corrente” e que aderiram ao regime nazista por conformismo e não por convicção. Continue lendo “A História não se repete, mas os métodos de manipulação, sim”, diz a pesquisadora franco-alemã Géraldine Schwarz,

Queda do Muro de Berlim: “Democracias venceram, e o mundo está muito melhor”, analisa o filósofo Luc Ferry

Após a derrota do comunismo com sua pretensão universalista, não surgiu concorrente sério ao liberalismo político, afirma pensador francês. ©Divulgação

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PARIS – Para o filósofo francês Luc Ferry, o mundo progrediu em relação à realidade existente antes da queda do Muro de Berlim, que completa 30 anos neste sábado, em 9 de novembro de 1989, e as democracias ocidentais se impuseram como único regime politicamente legítimo. O pensador concorda com a tese de “fim da História” do cientista político Francis Fukuyama – ainda que com uma interpretação não literal dela -, defende um aperfeiçoamento da democracia contemporânea e alerta para os riscos de uma terceira guerra mundial no conflito comercial entre os Estados Unidos e a China. Continue lendo Queda do Muro de Berlim: “Democracias venceram, e o mundo está muito melhor”, analisa o filósofo Luc Ferry

Queda do Muro de Berlim: “Venceu a burocracia liberal capitalista”, analisa o filósofo Geoffroy de Lagasnerie

Nacionalismos mostram que queda do muro foi oportunidade perdida e que é preciso inventar uma nova democracia, afirma pensador francês. ©Raphaël Schneider

FERNANDO EICHENBERG / O GLOBO

PARIS – Para o filósofo francês Geoffroy de Lagasnerie, a queda do Muro de Berlim frustrou as expectativas de uma abordagem mais global dos problemas do mundo, favorecendo, na contramão, um pensamento de âmbito nacional, sob a tutela do liberalismo dominante. O pensador defende a superação do modelo da democracia liberal, que já teria comprovado sua incapacidade de vencer as injustiças e desigualdades, por um novo regime político a ser inventado. Continue lendo Queda do Muro de Berlim: “Venceu a burocracia liberal capitalista”, analisa o filósofo Geoffroy de Lagasnerie

Carta escrita em Auschwitz na II Guerra ressuscita 75 anos depois

Original de mensagem colocada em uma garrafa e enterrada sob um crematório nazista reaparece e revela, enfim, seu autor.  Fotos: © Fernando Eichenberg

FERNANDO EICHENBERG / O GLOBO

PARIS – “Desde que estou aqui, jamais acreditei na possibilidade de retornar. (…) Aqui é um outro mundo. É o Inferno. Mas o inferno de Dante é imensamente ridículo em relação ao verdadeiro daqui, e nós, como testemunhas oculares, não devemos sobreviver. Apesar de tudo, mantenho, por vezes, uma pequena faísca de esperança – talvez por um milagre qualquer. Eu que já tive tanta sorte, um dos mais velhos aqui, sobrevivi a tantos obstáculos, será que ocorrerá o milagre final? Mas, neste caso, chegarei antes que seja encontrada esta carta enterrada”.

O trecho acima pertence a uma missiva de oito páginas escrita em 6 de novembro de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, no campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau, e que hoje, 75 anos depois, ressuscita do passado em uma trama detetivesca que corrige a História ao revelar a verdadeira identidade de seu autor e surpreende seus familiares. Assinada apenas por “Hermann”, a carta foi descoberta em fevereiro de 1945 por um enfermeiro da Cruz Vermelha, Andrejz Zaorski, dentro de uma garrafa de vidro sob os escombros de um dos crematórios de Auschwitz. Continue lendo Carta escrita em Auschwitz na II Guerra ressuscita 75 anos depois

Milos Forman e Milan Kundera na Primavera de Praga do ano de 1968

Milos Forman (à esq.) e Milan Kundera, em Belle-Île-en-Mer, na França, em novembro de 1976. ©Sveeva Vigeveno/Getty Images

FERNANDO EICHENBERG / PARIS – Para marcar os 40 anos de Maio de 1968, há uma década, o diretor de documentários Simon Brook realizou um filme sustentado no testemunho de pessoas que vivenciaram as mutações dos anos 1960, intitulado “Gerações 68”. Sua lista de personagens é bastante significativa e eclética: além do próprio pai, Peter Brook, foram ouvidos Milos Forman, Dennis Hopper, Vaclav Havel, William Klein, Mary Quant, Jean-Claude Carrière, Georges Wolinski, Ed Ruscha, Annie Nightingale, e Jean-François Bizot. Continue lendo Milos Forman e Milan Kundera na Primavera de Praga do ano de 1968

Primavera de Praga: conformismo foi a pior herança da invasão soviética, diz cientista político tcheco

Miroslav Novak: “‘O país, que antes resistia, se acomodou. A partir de 1972, tornou-se um dos mais opressivos da Europa, um dos mais duros. Foi traumático. As pessoas que resistiam pacificamente em 1968, se resignaram”. @ Josef Koudelka/Magnum

FERNANDO EICHENBERG / O GLOBO

PARIS – Há 50 anos, às 23h de 20 de agosto de 1968, tanques da União Soviética e de mais quatro países do Pacto de Varsóvia cruzaram a fronteira da então Tchecoslováquia para reprimir a onda de liberalização conhecida como Primavera de Praga. Desde janeiro, quando Alexander Dubcek assumiu o comando do Partido Comunista, o país vivenciou um clamor por reformas econômicas e maiores liberdades sociais e individuais, propaladas como um “socialismo de rosto humano”. A invasão soviética enterrou o sonho de uma sociedade comunista democrática e acabou com as ambições imediatas de maior autonomia em relação à Moscou. Em 1989, a chamada Revolução de Veludo pôs fim ao domínio do PC e, em 1993, tchecos e eslovacos desfizeram a federação, formando países separados. No entanto, para o tcheco Miroslav Novak, do Instituto de Estudos Políticos Cevro, que em breve lançará o ensaio “Primavera de Praga 1968: uma revolução interrompida?”, as marcas desses acontecimentos continuam presentes na mentalidade dos dois países. Continue lendo Primavera de Praga: conformismo foi a pior herança da invasão soviética, diz cientista político tcheco

Biografia define os paradoxos de Lutero, pai da Reforma Protestante

Lutero retratado por Lucas Cranach, em 1529.

FERNANDO EICHENBERG / FOLHA DE SÃO PAULO

PARIS – Católicos e evangélicos lembram neste ano o quinto centenário do começo da Reforma Protestante, movimento que dividiu o cristianismo ocidental e provocou guerras civis na Europa a partir do século 16. Em 31 de outubro de 1517, o teólogo Martinho Lutero (1483-1586) pregou na porta principal da igreja e da Universidade de Wittenberg, no nordeste da Alemanha, suas célebres “95 Teses”, texto deflagrador do cisma cujas consequências se estendem até o presente. Naquele compêndio, Lutero contestava práticas da Igreja Católica de Roma, sobretudo o comércio de indulgências (perdão de pecados) —estimulado à época para financiar a construção da basílica de São Pedro—, e afirmava a crença de que a salvação era obtida exclusivamente pela graça de Deus (por meio da fé em Cristo), sem necessidade de mediação da igreja. Terminaria excomungado pelo papa Leão 10º e banido pelo imperador Carlos 5º, em 1521. Continue lendo Biografia define os paradoxos de Lutero, pai da Reforma Protestante