Na minha primeira entrevista de emprego, meu interlocutor indagou por que, depois de tanto tempo de curso, ainda não havia concluído a universidade. Expliquei que aos 19 anos de idade suspendi um semestre letivo para viajar pela Europa. O problema foi que os seis meses sabáticos se estenderam por três anos de andanças pelo Velho Continente, pela Ásia e pela África – e também, no retorno, pelo Brasil (afinal, já conhecia os Himalaias mas pouco da terra natal). A vaga pleiteada acabou obtida graças as minhas viagens.
Mais tarde, em 1997, já trabalhando no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, e tendo finalmente me diplomado nas duas faculdades que cursava – História e Jornalismo, ambas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – vim para Paris como correspondente internacional pelo período de um ano, e também para participar do estágio anual da Fondation des Journalistes en Europe. Mais uma vez, o desobediente calendário ignorou o plano original, e meu autoexílio profissional perdura até hoje. Permaneci em Paris por 13 anos colaborando para os mais diferentes veículos da mídia brasileira. No início de 2010, me mudei para os EUA, para assumir o posto de correspondente do jornal O Globo em Washington D.C.. De volta a Paris, em 2012, encerrei meu vínculo exclusivo com o diário do Rio no final de 2015, e continuo na capital francesa como jornalista independente, colaborador de diversos veículos.
O que já disseram sobre o autor:
- O GLOBO, 25/04/2016
- ZERO HORA, 03/05/2016
Evento de lançamento do livro Entre Aspas, em Paris:
Entrevistas com Fernando Eichenberg:
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