Arquivo da categoria: Economia

Ucrânia, Mercosul e nova ordem financeira na agenda de emmanuel Macron com Lula em paris

Lula e Macron no Palácio do Eliseu, em Paris. ©Fernando Eichenberg

FERNANDO EICHENBERG / O GLOBO

PARIS – Garantir a presença do presidente Lula em Paris para participar da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global foi tratado pelo anfitrião do evento, o líder francês Emmanuel Macron, como uma missão prioritária. Depois de quatro anos de governo Bolsonaro, nos quais os contatos políticos de alto nível com a França foram suspensos, Macron festejou a volta ao poder de seu “velho conhecido” Lula, com quem reivindica uma relação de amizade, para relançar a parceria entre os dois países. Nesta nova lua de mel, no entanto, também há lugar para discordâncias. Hoje, Brasília e Paris divergem, principalmente, nas questões do conflito na Ucrânia e do acordo de livre comércio União Europeia-Mercosul.

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Economista francês thomas piketty, com novo livro lançado no brasil, fala sobre as soluções para as desigualdades no mundo e para a crise pós-pandemia da covid-19

Para economista francês, falta de ambição nas reformas econômicas e na redução da desigualdade é o que alimenta a xenofobia e os nacionalismos; ele diz que, se pudesse, diria a Bolsonaro que ele ainda pode admitir erros e mudar. ©Divulgação

FERNANDO EICHENBERG / O GLOBO

PARIS – Sete anos após o best-seller internacional “O capital no século 21”, vendido a mais de 2,5 milhões de exemplares, o economista francês Thomas Piketty está de volta às vitrines das livrarias com mais uma ambiciosa obra. Em “Capital e ideologia” (Intrínseca), procura traçar uma história econômica, social, intelectual e política das desigualdades em âmbito mundial. Diretor na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais e professor da Escola de Economia de Paris, Piketty ampliou seu mapa de estudo ao analisar, além de Estados Unidos, Alemanha e Japão, casos de países como Brasil, China, Índia, Japão, Rússia, Suécia ou Irã, passando pelas sociedades feudais, os regimes escravocratas e as colônias americanas sob dominação europeia até chegar às democracias eleitorais atuais e ao “hipercapitalismo moderno”. Mas não se contenta com a perspectiva analítica e, ao final, sugere soluções, já alvo de polêmicas, para a construção de um novo horizonte igualitário de proporções universais, um tipo de “socialismo participativo” para o século 21, em uma nova ideologia da igualdade sob formas alternativas de organização da sociedade, da propriedade, da educação ou dos impostos. Na entrevista, ele lembra que governos de direita já adotaram políticas redistributivas diante de crises como a provocada pela Covid-19, e sugere que a tributação do patrimônio privado pode ser uma maneira de pagar os gastos excepcionais que os países estão tendo na pandemia. Continue lendo Economista francês thomas piketty, com novo livro lançado no brasil, fala sobre as soluções para as desigualdades no mundo e para a crise pós-pandemia da covid-19

Líderes europeus lançam fundo de reconstrução pós-pandemia, mas ainda divergem sobre detalhes

Membros do Conselho Europeu participam de conferência virtual sobre fundo de reconstrução pós-pandemia. ©Pool/Reuters

FERNANDO EICHENBERG / O GLOBO

PARIS – Os 27 chefes de Estado e governo da União Europeia (UE) concordaram com a criação de um fundo comum para financiar a retomada da economia nos países do continente, em um quadro de grave recessão causada pela pandemia da Covid-19. Divergências profundas persistem, no entanto, sobre a montagem e funcionamento deste novo instrumento. Em uma reunião por meio de videoconferência, nesta quinta-feira, os líderes encarregaram a Comissão Europeia de detalhar as condições do dispositivo de ajuda financeira até o início de maio. Continue lendo Líderes europeus lançam fundo de reconstrução pós-pandemia, mas ainda divergem sobre detalhes

Após semanas de impasse, União Europeia libera ajuda de 500 bilhões de euros contra pandemia

Homem de máscara em frente à sede da Comissão Europeia, em Bruxelas.                                          ©Yves Herman/Reuters

FERNANDO EICHENBERG / O GLOBO

PARIS – Após receber muitas críticas pela falta de ação e de solidariedade no início da crise provocada pela Covid-19 no continente, a Europa conseguiu chegar a um acordo em mais uma tentativa de formular uma resposta comum aos efeitos da pandemia. Ao final da maratona de reuniões dos ministros das Finanças da União Europeia (UE), que começou há dois dias e terminou na noite de quinta-feira, foi acertada uma ajuda de cerca de € 500 bilhões para os países europeus, recursos que deverão ser liberados em duas semanas. Permaneceu, entretanto, o impasse na questão da emissão de títulos de dívida conjuntaapelidados de eurobônus ou de coronabonds, principal reivindicação das nações de economias menos robustas, que sofreram uma derrota. Continue lendo Após semanas de impasse, União Europeia libera ajuda de 500 bilhões de euros contra pandemia

Intelectuais avaliam possíveis mudanças e novos cenários para o mundo no pós-crise do coronavírus

Cenário da ponte Alexandre III, em Paris sob confinamento. Pensadores apontam que emergência de saúde levanta questionamentos sobre as relações interpessoais e as formas de organização política e econômica. ©Bertrand Guay/AFP

FERNANDO EICHENBERG / O GLOBO

PARIS – A crise de saúde global ainda está longe de alcançar seu término, mas já pairam no ar projeções sobre o poder da epidemia – um fenômeno biológico, sem moral ou mensagem – em suscitar profundas interrogações sobre a forma do viver em sociedade e de os indivíduos pensarem o mundo deste início de século XXI. Intelectuais ouvidos pelo GLOBO não têm dúvidas de que a experiência provocada pelo coronavírus deflagrará em seu rastro novos questionamentos existenciais e humanistas, bem como mudanças de governança política e de modelos econômicos. Continue lendo Intelectuais avaliam possíveis mudanças e novos cenários para o mundo no pós-crise do coronavírus

O francês Bernard Arnault será a maior fortuna do planeta?

Aquisição da joalheria Tiffany coloca o francês Bernard Arnault, dono do conglomerado LVMH, na briga pelo topo do pódio dos mais ricos do mundo – e denota o bom momento do mercado de luxo. ©AFP/Eric Piermont

FERNANDO EICHENBERG / REVISTA EXAME

PARIS – Aos 22 anos, o jovem estudante de engenharia francês Bernard Arnault viajou pela primeira vez a Nova York, nas férias de verão do hemisfério Norte. No táxi amarelo que o levou do aeroporto John F. Kennedy até Manhattan, para entabular conversa, perguntou ao motorista se conhecia Georges Pompidou, o presidente da França naquele ano de 1971. O chofer nunca ouvira falar do líder francês, mas de pronto afirmou saber quem era Christian Dior. O breve diálogo lhe soou como uma revelação. Na França, BA – como é chamado por seus colaboradores – formou ao longo dos anos o conglomerado número um do mundo no setor de artigos de luxo, a LVMH, constituído de 75 marcas internacionais, Dior incluída. No mês passado, aos 70 anos, concluiu na Big Apple a aquisição de sua 76ª pepita, a icônica joalheria americana Tiffany, pela qual desembolsou 16,2 bilhões de dólares. A operação, somada ao crescente desempenho de seu grupo empresarial, o propulsou como forte candidato a ocupar o topo do ranking das maiores fortunas do planeta, ameaçando desbancar seus dois principais concorrentes, os americanos Jeff Bezos (Amazon) e Bill Gates (Microsoft). Continue lendo O francês Bernard Arnault será a maior fortuna do planeta?

Em novo livro, economista Thomas Piketty procura demonstrar que a desigualdade é uma escolha política e ideológica

Em novo ensaio publicado na França, Piketty lança as bases do que chama de “socialismo participativo” e explica por que o Brasil é um dos países de maior desigualdade.

FERNANDO EICHENBERG / REVISTA ÉPOCA

PARIS – Neste final de 2019, o francês Thomas Piketty, um dos raros economistas a figurar nas listas de obras mais vendidas, está de volta às vitrines das livrarias com mais um título para animar acirrados debates entre seus críticos e simpatizantes. Em 2001, época em que ainda não havia alcançado o status de economista de renome mundial, Piketty escreveu o ensaio “Os altos salários na França no século 20”, um estudo das desigualdades salariais no país no período de 1908 a 1998.

Em 2013, seu best-seller internacional, “O capital no século 21”, vendido a mais de 2,5 milhões de exemplares e traduzido em 40 idiomas, ultrapassou as fronteiras da França na abordagem das disparidades da distribuição de riquezas ao focar também em países como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido. Já  “Capital e Ideologia” (ed. Seuil, com lançamento previsto no Brasil no próximo ano pela Intrínseca), recém-impresso na França, é uma obra geograficamente e historicamente ainda mais ambiciosa. Continue lendo Em novo livro, economista Thomas Piketty procura demonstrar que a desigualdade é uma escolha política e ideológica

Capital francesa em tempos difíceis

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FERNANDO EICHENBERG / ZERO HORA

PARIS – Abalados pelos mortíferos atentados terroristas do ano passado, os parisienses emergem da tragédia obrigados a enfrentar um inimigo adicional: a crise econômica.


Além da ameaça jihadista, pesam sob a cabeça dos moradores da capital francesa um tímido crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – de 1,1% em 2015 – e um elevado e constante índice de desemprego no país de 10,1%.


Com o moral da população em baixa e a precariedade em alta, segundo as pesquisas de opinião e as estatísticas oficiais, a Cidade Luz luta para manter seu brilho em meio ao temor de novos ataques do Estado Islâmico (EI) e a uma situação econômica claudicante.