Arquivo da categoria: Música

Entrevista: Ben Harper

Fotos: © Fe Pinheiro / Styling: Sonia Bedere

FERNANDO EICHENBERG – O GLOBO

PARIS – Ben Harper chegou para a entrevista, agendada no bar do hotel parisiense Maison Souquet, com seu tradicional gorro cobrindo a cabeça, exibindo suas tatuagens maori nos braços, e suado, segurando uma longa prancha de skate. A garçonete se ofereceu para guardar o volumoso objeto, mas ele mesmo o ajeitou encostado à parede. “Ando de skate por três ou quatro horas, quatro vezes por semana”, contou, ao acomodar a corpulência de seus quase 1,90 metros de altura na estreita poltrona de veludo vermelho. “Não sou um pai acabado. I’m rockin’ and rollin. O ritmo de meu coração é de 39 batidas por minuto à noite. Com o skate e meu coração, let’s go”. De pronto, mostrou um aplicativo em seu celular que mensura a cadência cardíaca e a perda de calorias. “Para ficar no meu peso, preciso queimar diariamente 450 calorias. No final do dia, chego até 375 calorias apenas caminhando, então, antes de ir para a cama, corro um pouco e está feito. Veja, agora mesmo meu coração está em 70 batidas por minuto, o que é baixo para essa hora do dia. Ao despertar, o aplicativo dá uma nota para o seu dia anterior e o seu sono, se você teve uma boa performance, ganha uma coroa, e aí estou pronto para encarar a nova jornada. É louco!”, diz, rindo.

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A musa eterna Jane Birkin fala sobre a beleza aos 72 anos, a carreira e como a música a ajudou a superar a morte da filha

Jane Birkin em seu apartamento parisiense, com sua buldogue Dolly. © Carole Bellaiche

FERNANDO EICHENBERG / O GLOBO

PARIS – Certa vez, a mãe de Jane Birkin, a atriz britânica Judy Campbell, musa do dramaturgo Noël Coward e alcunhada pelo fotógrafo de moda Cecil Beaton como “a mais bela mulher da Inglaterra”, de súbito, lhe disse: “It’s gone” (sumiu). “O que, mamãe?”, replicou a filha, pensando em algum banal objeto perdido. A mãe respondeu: “Minha beleza. Foi-se”. Hoje, aos 72 anos, a célebre atriz e cantora confessa que, recentemente, se viu absorta na mesma reflexão materna. “Minha mãe deveria ter uns 70 anos quando me saiu com essa, e eu, uns 40. Hoje, a compreendo perfeitamente”, disse, enquanto sorvia uma xícara de chá em seu aprazível apartamento parisiense, nas proximidades da praça Saint-Sulpice, em uma conversa sonorizada pelos roncos de sua inseparável buldogue Dolly, estirada no tapete. Continue lendo A musa eterna Jane Birkin fala sobre a beleza aos 72 anos, a carreira e como a música a ajudou a superar a morte da filha

Como a brasileira Simone Menezes se tornou uma das poucas (e mais importantes) regentes de orquestra no mundo

Simone Menezes vive em Lille, no norte da França, de onde viaja para atuar como regente convidada em diferentes países. © Bruno Bonansea

FERNANDO EICHENBERG / O GLOBO

PARIS –  Tornar-se regente de orquestra não foi um plano precocemente concebido pela brasiliense Simone Menezes. Seu destino acabou sendo composto em uma partitura de forma quase natural. Aos seis anos de idade, já estudava piano. Três anos mais tarde, ensinava flauta para crianças de sua vizinhança, porque não via graça em tocar sozinha o instrumento. Aos 20, ainda durante sua graduação, criou a Orquestra Sinfônica Jovem da Unicamp e assumiu como regente assistente da Orquestra Sinfônica da USP. Naquela época, não havia se conscientizado de que estava adentrando em uma profissão predominantemente masculina, em que uma mulher com uma batuta na mão era percebida como uma ousadia e um comportamento inapropriado. Continue lendo Como a brasileira Simone Menezes se tornou uma das poucas (e mais importantes) regentes de orquestra no mundo