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“A cultura do segredo permitiu a proteção de abusos”, diz autor de “No armário do Vaticano”

Missa na Praça São Pedro: Frédéric Martel afirma que a onipresença de homossexuais na Igreja se configurou em um sistema, com tendência homofóbica e papel importante nos jogos de poder e escândalos. © Alberto Pizzoli/AFP

FERNANDO EICHENBERBG / O GLOBO

PARIS –  Durante quatro anos, o sociólogo e jornalista francês Frédéric Martel mergulhou na Igreja Católica e no Vaticano, com temporadas em Roma e viagens por mais de 30 países. Realizou cerca de 1.500 entrevistas, incluídos 41 cardeais, 52 bispos e monsenhores, 45 núncios apostólicos e mais de 200 padres e seminaristas. Sua investigação resultou no livro de mais de 600 páginas “No armário do Vaticano – poder, hipocrisia e homossexualidade” (Objetiva), com edição brasileira prevista no início de julho. Martel procura mostrar como a onipresença de homossexuais na Igreja e nas altas hierarquias do Vaticano, em uma cultura do segredo, se configurou em um sistema – e não um “lobby gay” denunciado pelos ultraconservadores -, com papel importante nos jogos de poder e nos escândalos da instituição. Defende Francisco como um papa “gay friendly”, embora com lógicas limitações, e aponta um complô do campo dos conservadores radicais para forçá-lo à renúncia. Às vésperas de viajar ao Brasil para a promoção do livro, Frédéric Martel conversou com O GLOBO na capital francesa.

Sua tese é a de que a homossexualidade se tornou em um importante sistema na Igreja e dentro do Vaticano.

O que interessa não é se o cardeal A, o bispo B ou o padre C sejam gays, mas como uma estrutura, por razões essencialmente ligadas ao celibato e à castidade, atraiu, recrutou e promoveu um número espetacular de homossexuais em seu interior. A homossexualidade foi também, por muito tempo, uma das chaves da vocação de um número importante de padres, embora não a única. Não quer dizer que não sejam verdadeiros padres ou que não creem em Deus. Mas alguém que se sentia um pária como homossexual na sociedade, ao entrar para a Igreja, virou um santo. E vive entre homens, pode usar a voz aguda e se vestir como mulher sem ser zombado ou atacado. Nos anos 1950-1960, a homossexualidade era um crime por todo lado no mundo. Para entender a situação de cardeais que hoje estão com 80 anos, é preciso se colocar no contexto dessa época. Eles não vivem em 2019, mas na homossexualidade de sua juventude. Enquanto não se entender isso, não se poderá compreender o Vaticano.

Você denuncia a “hipocrisia” e a “esquizofrenia” – dois termos utilizados por Francisco – desta situação em relação ao discurso da Igreja.

Frédéric Martle ©Astrid di Crollalanza

Sou openly gay. Não vejo nenhum problema que um cardeal seja gay. Conheci muitos, convivi com eles, e tenho boa relação com eles ainda hoje, após a publicação do livro. Prefiro que um padre tenha um namorado ou uma mulher do que abuse de uma criança de dez anos. É simples assim. E todos aqueles que não compreendem isso, são implicitamente defensores do cover up dos abusos sexuais. Penso que a castidade é profundamente contra a natureza, e a homossexualidade, não. Que os religiosos estejam em infração em relação às normas da Igreja, é problema deles. Interessa o aspecto legal, e a lei, no Brasil como na França, autoriza o homossexualismo desde que seja com um adulto em uma relação consentida. Mas a Igreja culpabilizou milhões de pessoas no mundo, dizendo que é proibido o sexo antes do casamento, que não se deve divorciar, masturbar, ser homossexual etc. Multiplicou os postulados morais, criando culpa e sofrimento em muitas famílias. Sem falar no fato de que interditou o uso de preservativos, no momento em que uma epidemia iria causar a morte de mais de 35 milhões de pessoas no mundo. Hoje, a maioria das pessoas têm relações sexuais antes do casamento, um grande número divorcia, e todas elas são culpabilizadas, não têm o direito de comungar por causa desses “pecados”, enquanto se descobre que os cardeais levam uma vida ainda mais “desvergonhada” do que aquelas que criticam. Sem falar dos abusos sexuais, que são ainda mais graves. Mas não escrevi este livro para atacar os cardeais, pois penso que eles mesmo são vítimas do armário e deste sistema.

Você descreve este sistema como um rizoma, um “Fifty Shades of Gay” (Cinquenta tons de gay).

Em português, o livro se chama “No armário”, algo que tenho certa dificuldade em entender. Porque não há apenas um, mas dezenas de milhares de pequenos armários. E todos estes indivíduos estão isolados. Além de ser um armário, é um tema totalmente tabu. Eles não falam disso entre eles e também não se revelam. Os cardeais me falavam muito de outros cardeais homossexuais, mas nunca deles mesmos. Essas pessoas no armário e isoladas criam relações atípicas, com um chofer, um assistente, o núncio com um padre etc. E, por vezes, são relações abusivas, porque hierárquicas, do tipo #MeToo e da promoção do sofá.

Haveria uma regra não escrita na Igreja: mais alguém é homofóbico, mais chances há de que seja ele mesmo homossexual.

Tenho muita certeza disso. Quando encontrei os cardeais Omella Omella ou Walter Kasper, por exemplo, e conversamos sobre homossexualidade ou celibato, tinha diante de mim duas pessoas com argumentos, que se exprimem em uma lógica de um debate normal. Mas um outro cardeal, obcecado da manhã à noite pela questão homossexual, que só pensa na teoria do gênero, no lesbianismo, enquanto há tantos problemas graves no mundo, como a fome, a pena de morte etc, se pode dizer que têm um distúrbio com isso. Se pegarmos o escritor Marcel Proust, o ex-patrão do FBI Edgard Hoover e outros casos idênticos, é uma regra bastante clássica: o gay é muito homofóbico quando quer esconder sua homossexualidade. Não é contraditório ser homossexual e homofóbico, mas uma consequência. Basta olhar os cardeais mais obstinados por este tema para que as dúvidas se instalem.

Uma cultura do segredo favoreceu a cobertura de casos de pedofilia e de abusos sexuais, e muitas denúncias não teriam sido feitas, na sua opinião, em um jogo de chantagem: “Você não denuncia o meu crime e eu não desmascaro sua homossexualidade”.

Esse código da homossexualidade interior e da homofobia exterior é bastante frequente, e tudo isso contribuiu a uma cultura do segredo muito forte e antiga, com indivíduos isolados. Não é um segredo que todo mundo partilha. E se alguém é desmascarado, o sistema permanece no lugar. Essa cultura do segredo, que vale também para o dinheiro ou para o fato de se estar com uma mulher, é utilizada por pessoas com comportamentos condenáveis, de delitos ou crimes, e que foram protegidas por um sistema que privilegia a instituição ao indivíduo e à vítima. Uma vez essa estrutura implantada, à qual todo mundo obedece e ninguém fala para proteger a instituição e a si mesmo, se cria um método generalizado de cover up, que hoje é considerado na América Latina, por exemplo, como um sistema de crime organizado. Pois é uma instituição que, de forma organizada, protege criminosos. Foi o caso, certamente, dos padres Marcial Maciel, no México, e Fernando Karadima, no Chile, mas também de ocorrências no Brasil e em outros países. E a cultura do segredo permitiu essa proteção dos abusos, por medo ou chantagem. Se lermos os textos e as encíclicas de João Paulo 2 e Bento 16, percebemos que há uma confusão imensa entre duas coisas suscetíveis de levar ao Inferno. Uma relação consentida com um adulto, seja heterossexual ou homossexual, antes do casamento ou após o divórcio, é algo condenável para Igreja. É igualmente condenável abusar de um menor. Os dois casos são considerados praticamente em igualdade. Um bispo homossexual face a um abusador de crianças vai culpabilizar, enquanto não deveria, e colocar basicamente no mesmo nível um crime real e algo que é simplesmente uma visão da Igreja, mas não um problema do ponto de vista legal. Enquanto a homossexualidade dos padres não for reconhecida, eles não poderem se casar, será impossível sair desta cultura do segredo. E uma cultura que favorece os abusos sexuais. Todos aqueles que não querem ver essa relação, é porque estão interessados em preservar a miragem da castidade. Pensar que isso não possa ter consequência nestes crimes é uma aberração.

O lobby pró-gay na Igreja seria uma invenção dos ultraconservadores?

No meu livro, elimino de uma vez por todas o argumento da extrema-direita de dizer que existe um lobby pró-gay para destruir a doutrina. Mostro que não há lobby, pois isso implicaria indivíduos que se reconheceriam entre eles como homossexuais e com uma política pró-gay. O que temos são indivíduos que escondem sua homossexualidade dos demais e que têm uma política homofóbica. É tudo, menos um lobby. O erro da extrema-direita é enorme, pois não compreendem o que se passa. A homossexualidade está generalizada, tanto à direita como à esquerda. Temos clãs que se opõem, por razões de poder, ideológicas ou pessoais – de rupturas ou vinganças amorosas -, e que são todos homossexuais. É a citação de Oscar Wilde, usada em “House of cards”: “Everything in the world is about sex, except sex. Sex is about power” (Tudo nesse mundo é sobre sexo, exceto sexo. Sexo é sobre poder). Na estrutura do Vaticano, poder e sexo têm um papel importante.

“Se a pessoa é gay, procura a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?”, disse Francisco, que já condenou também a vida dupla. Seria o papa mais simpatizante em relação aos homossexuais?

É uma excelente questão com uma resposta muito difícil. Se comparamos Francisco com os papas precedentes, pode-se dizer que é gay friendly. Se comparamos com os militantes gays do bairro Marais, em Paris, se dirá que é extremamente conservador. É um argentino, peronista, de 82 anos e jesuíta. Isso já diz muito. É alguém que viveu em um outro mundo e outra época. Não se pode esperar que vá à gay pride de Roma ou que esteja na vanguarda da teoria de gênero. Mas é alguém extremamente gay friendly face a uma situação individual. Em relação a um homossexual ou a um cardeal, bispo ou padre sobre o qual fica sabendo que é gay, inclusive praticante, vai estar na empatia e não no julgamento ou na punição. O que é uma grande diferença em relação a Bento 16 e João Paulo 2. É alguém que vai sempre defender a escuta em relação aos homossexuais e se mostrar favorável as suas escolhas. Ele disse a muitas pessoas, individualmente: “Deus te fez como tu és, te ama como és”. Por outro lado, quando se trata de movimentos organizados ou da utilização da homossexualidade como arma política, é muito conservador, e mesmo bastante violento. Permanece um virulento oponente da teoria de gênero e do casamento gay. Defendeu silenciosamente as uniões civis para que não se fosse adiante no casamento gay. Silenciosamente porque não se mobilizou contra e, como se sabe, para um jesuíta, não falar já é falar.

Em seu livro, o cardeal Walter Kasper defende que Francisco avança a “pequenos passos”: não à ordenação de mulheres e ao fim do celibato dos padres, mas um aceno para mudanças em relação ao divórcio. Por outro lado, você relata que o papa proibiu que no correio recebido pelo Vaticano sejam respondidas cartas de homossexuais. Qual a verdadeira intenção do papa?

Ele foi alguém criado no que se chama Teologia do Povo, uma versão argentina da Teoria da Libertação. É uma teoria relativamente progressista e, ao mesmo tempo, como o marxismo em geral, com um filtro de leitura essencialmente social, que não levou em conta as questões de raça e de sexo. Esse é o problema e a particularidade de Francisco. Os teólogos da Libertação, como Leonardo Boff, Frei Betto ou Gustavo Gutiérrez, evoluíram. Frei Betto acaba de publicar um livro sore a questão de gênero. São três personagens, que se pode pensar heterossexuais, que foram muito criticados pela Igreja Católica, principalmente por cardeais radicais de direita, que os acusavam de desvios e não ortodoxos. Esse cardeais, como Alfonso López Trujillo, eram homossexuais praticantes. É interessante ver que os “anormais” não estavam onde se pensava. Francisco vai ter uma visão sobre as questões migratória, social e do capitalismo que tem esse filtro de leitura. Não teve a mesma evolução dos teólogos da Libertação, talvez porque eles foram marginalizados na Igreja e puderam trabalhar mais nos conceitos, enquanto Francisco é um arcebispo e cardeal poderoso, tomado pelo sistema do qual é um dos porta-vozes há muito tempo.

A relação com representantes da Teologia da Libertação foi apaziguada…

Boff é um dos que escreve os textos do papa, principalmente a encíclica “Laudato si”. Frei Betto o encontrou. Gutiérrez é adorado pelo papa. O que o aproxima da Teologia da Libertação é, evidentemente, a prioridade em relação aos pobres, uma volta às fontes do cristianismo, para valores de solidariedade, de hospitalidade.

Você teve algum retorno do papa em relação ao seu livro?

Tive a informação de que ele leu o livro e disse que havia achado “bom”, e que sabia de tudo isso que está relatado. Havia enviado um exemplar em espanhol para o papa antes da publicação. Ele não ficou chocado com o que leu. Se há uma pessoa que está bem informada, e que sem dúvida foi o primeiro papa que entendeu tudo isso, é Francisco.

A Congregação para a Educação Católica publicou este mês um texto convocando à resistência contra a teoria de gênero, com citações de João Paulo 2, Bento 16 e também de Francisco. Em 2015, o papa recebeu um transexual e sua namorada no Vaticano. Como você analisa isso?

Esse texto não foi assinado por Francisco. É um jogo complexo. E não há nenhuma credibilidade no fato de a Congregação fazer um texto desses quando se sabe que dois de seus ex-dirigentes, Pio Laghi e William Wakefield, eram ativos homossexuais. Falo desses dois porque estão mortos, mas poderia acrescentar muitos outros nomes desta mesma congregação. É a Igreja que fala para a Igreja. É ridículo e ao mesmo tempo engraçado. Eles atacam a teoria de gênero porque são a própria encarnação dessa teoria.

Você cita o cardeal Raymond Burke – e seu instituto Dignittatis Humanae – que, além de receber pessoalmente o líder italiano da direita radical Matteo Salvini, tem o apoio do ultraconservador americano Steve Bannon, ex-conselheiro do presidente Donald Trump. Como é essa aliança da ultradireita americana com a direita radical do Vaticano que você aponta?

Pode-se acrescentar o fato de que o cardeal Robert Sarah foi financiado por fundações da extrema-direita americana, em mais de € 1 milhão, o que pude provar. É algo complexo a analisar. Jantei em tête-à-tête com Steve Bannon. É surpreendente, mas ele adorou o livro, me disse que era a obra do ano. Ele tem sua própria lógica política, na qual a sexualidade não é importante. Como seu objetivo é que os católicos sejam associados a grande batalha contra a China nacionalista, a Rússia e o Islã, quer que todo mundo esteja unido. Como a questão sexual divide a Igreja e que muitos cardeais são gays, pensa que se deve parar com essas questões e se concentrar nos verdadeiros temas, a imigração, o islamismo etc. Já a lógica de Burke é diferente, é ultraconservadora incluindo o tema da sexualidade, talvez mesmo como prioridade. Ele é obcecado por isso. As fundações americanas podem ter objetivos variados, mas há um movimento extremamente ultraconservador que se une em um ponto, Trump e Bannon incluídos: a detestatação do papa Francisco. Algo bastante novo na Igreja é que há cardeais que, hoje, querem que Francisco renuncie. Não o dizem publicamente, mas organizam essa renúncia. Houve a carta do arcebispo Carlo Maria Viganò, os livros de Sarah, as intervenções de Burke, de Gerhard Müller, Brandmüller e a carta “A Dubia”, na época de Carlo Caffarra et Joachim Meisner. Tudo isso vai na mesma direção. É algo novo, e evoca um lado complô e uma vontade organizada de derrubar Francisco. É uma guerra civil favorecida por duas coisas. A primeira é que há dois papas, pode-se utilizar um contra o outro, o que foi feito muitas vezes, não importa o campo. A segunda é que por causa dos abusos sexuais e de aspectos financeiros, a Igreja é muito criticada e há todo um tipo de leituras dos acontecimentos, as pessoas estão inquietas. Muita gente detesta Francisco na Cúria romana, não somente entre os conservadores. Isso leva a uma exacerbação. Para mim, Francisco é uma papa gorbatcheviano, não tem como vontade a destruição do sistema, ao contrário, ele quer salvá-lo. E compreendeu que para salvá-lo era preciso fazê-lo evoluir muito rapidamente, pois a situação é grave. Ele não cessa de repetir isso. Como sempre, é quando se começa a mudar as coisas e querer salvar o sistema, que ele começa a desmoronar. É o que vemos de maneira muito forte na Europa ocidental: entre 1,8% e 2% dos franceses vão à missa aos domingos. O catolicismo desapareceu. Vemos isso também na Espanha ou na Itália, sem falar da Alemanha ou da Áustria, onde é completamente dissidente. Ao mesmo tempo, nos EUA, progride enormemente, em grande parte graças aos mexicanos. Também cresce relativamente na América Latina e na África. E há sucessos em países da Ásia. O catolicismo está ao mesmo tempo morrendo em certos países e renascendo em outros. O que tende a validar a linha de François, da periferia, daqueles que estão distantes de Roma.

A situação do papa é frágil?

A crítica é muito forte nas mídias da extrema-direita e em certo número de cardeais. Mas Burke é uma caricatura, não existe. Müller foi demitido. Caffara e Meisner morreram. Ninguém sabe quem é Brandmüller. Sarah é um fanático que fala francês. Francisco é um papa extremamente amado pela população mundial, em relação a Bento 16 é muito mais popular. A crítica em relação a Bento 16 era bem mais violenta por parte dos progressistas, que se expõem bem menos midiaticamente do que os conservadores. Francisco é criticado pela direita ultraconservadora, é acusado de não respeitar a doutrina. Creio que ele é bastante sólido. Mas toda a questão é saber quanto tempo irá viver e ser papa. Se falecer ou renunciar em dois ou três anos, o trabalho de reforma da Cúria e, sobretudo, do colégio cardinalício não terá terminado. Nesse caso, tudo será possível, inclusive um retorno muito forte dos ultraconservadores, que poderão mesmo fazer uma limpa nos anos Francisco. Mas se viver ainda cinco, dez ou mais anos, poderá mudar o colégio de forma irremediável, e o cenário será outro. É o que faz Francisco. Ele perdeu a batalha do sínodo, sua estratégia é mudar os cardeais.

Como vê a Igreja brasileira neste contexto?

É uma das chaves da explicação dos problemas de Francisco, que não está ligada à oposição de extrema-direita. É um problema de posicionamento em relação aos evangélicos. Como estrategista que é, e conhecendo bem a América Latina, sabe que sendo mesmo que eventualmente pró-gay ou pelo casamento dos padres, isso poderá prejudicar muito a Igreja em países como o Brasil, e abrir um bulevar não somente para minicismas e dissidências, mas também para os evangélicos. Vista a força dos evangélicos no Brasil, mas também em outros países da América do Sul e na África, como estrategista Francisco não pode negligenciar esses elementos. Ele tem um posicionamento que integra essa dimensão, e que não vemos daqui porque a realidade é outra.

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