Há várias razões para se fazer uma visita ao Le Bal, no número 6 do impasse de la Défense (75018), em Paris. O local é conhecido por seu simpático bar, o Le Bal Café, reputado por seus concorridos brunchs dominicais e atualmente com carta branca ao restaurante Peco Peco e seu chef japonês Masahidé Ikuta. Há também a livraria, Le Bal Books, com cerca de dois mil títulos, entre “cobiçados clássicos”, “tesouros desconhecidos” ou “raras edições contemporâneas” provenientes dos quatro cantos do mundo. Mas o Le Bal, fundado entre outros pelo renomado fotógrafo Raymond Depardon, se reivindica sobretudo como um espaço de exposições e intervenções dedicado “à representação do real pela imagem em todas as suas formas”: fotografia, vídeo, cinema, novas mídias.
Até o próximo dia 11, é possível admirar a bela mostra em torno da revista japonesa “Provoke”, que em apenas três edições, entre novembro de 1968 e agosto de 1969, se tornou uma publicação cult por sua radicalidade no âmbito do protesto político, da arte e da performance, considerada como uma revolução na fotografia do Japão.
O núcleo de criação da publicação, na média dos trinta anos de idade, girava em torno dos fotógrafos Takuma Nakahira, Yutaka Takanashi e Daidō Moriyama, do crítico Koji Taki, e do poeta Takahiko Okada. Nakashira definiu a “Provoke” como “o produto de uma era política”, em um Japão que passa da ruína do pós-Segunda Guerra Mundial para um forte crescimento econômico, em meio a uma grave crise sociopolítica e contestações da dependência aos Estados Unidos. Movimentos de protesto emergem por todo lado, em diferentes camadas sociais. Para a revista, que defendia “uma nova linguagem visual”, a fotografia se tornou uma “arma política”.
O cartaz da exposição: